Introdução: Entre os anos de 2015 e 2016, o Brasil apresentou um aumento de casos de microcefalia em neonatos, durante uma epidemia de Zika Vírus (ZIKV) - um Flavivírus descoberto em 1947 na floresta de Zika, Uganda. Durante esse período foi confirmada a relação entre a contaminação por ZIKV na gestação e alterações cerebrais congênitas graves em recém-nascidos. As consequências de tal correlação foram profundas, afetando famílias e comunidades e exigindo uma mobilização significativa de recursos e apoio para os cuidados e desenvolvimento das crianças afetadas. Objetivo: O objetivo geral deste estudo é associar a infecção pelo ZIKV com os distúrbios congênitos neurológicos. Metodologia: Consiste em revisão analítica de literatura, realizada a partir de artigos científicos e base de dados de parâmetros seguros, tais quais SciELO, PubMed, Google Acadêmico e Ministério da Saúde. Além de uma visita técnica para um embasamento científico com uma profissional da área, bem como uma intervenção social, desenvolvida para orientação de gestantes, por meio de um folder informativo. Desenvolvimento: Dentre os riscos neurológicos, deletérios ao feto durante o desenvolvimento, a microcefalia mostrou-se o sinal mais evidenciado entre as crianças afetadas, relacionando-se à capacidade de disseminação transplacentária e ao mecanismo apoptótico das células embrionárias. Entre a população atingida, observou-se maior incidência na região Nordeste, entre mães solteiras, com idade maior que 30 anos, baixa escolaridade, autodeclaradas negras, de baixa renda e residentes em áreas com menor cobertura em políticas públicas. Ademais, entre os desfechos, o óbito entre os neonatos atingidos teve média de 1,4 meses, além de prematuridade e baixo peso ao nascer, relacionando condições nutricionais e de saúde com fatores sociais. Por mais, notabilizou-se que a obtenção de alterações em neonatos, por vezes, foi evidenciada somente após o nascimento e o diagnóstico fora dificultado no início epidêmico. Entretanto, o impacto no enfrentamento mostrou-se integral não somente para as crianças, mas às famílias atingidas, evidenciando a necessidade do amparo e a imperiosidade de ações educativas voltadas à proteção contra o vírus. Considerações finais: Pelo exposto, concluiu-se que os riscos neurológicos em neonatos decorrentes do ZIKV estiveram associados a uma tríade de aspectos: as condições sociodemográficas e ambientais facilitaram a disseminação rápida do vírus notadamente entre a população com maiores vulnerabilidades sociais, desencadeando danos neurológicos aos fetos em desenvolvimento, maiores no primeiro trimestre da gestação. A prevenção destaca-se como uma das formas mais importantes de ação em saúde no combate à proliferação desse vírus.
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