Neste artigo, apresentamos algumas declarações sobre as práticas de ler textos no papel e na tela sob a visão de graduandos do Bacharelado em Ciências e Tecnologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (BCT/UFRN). Esses graduandos cursaram o componente curricular Práticas de Leitura e Escrita II (PLE-II), no primeiro semestre de 2011. Nele, pretendemos explorar, entre outros, a polêmica sobre o futuro do mercado editorial que passa pelos seguintes questionamentos: os livros impressos resistirão às novas tecnologias? Os e-books suplantarão os livros impressos? É possível a coexistência de livros impressos e livros digitais? Para tanto, no decorrer desse estudo, trazemos para análise o que dizem seis desses graduandos nas entrevistas semiestruturadas e nos artigos de opinião que eles produziram para contribuir com esse debate. Esse material selecionado para este estudo faz parte do corpus da pesquisa concluída com esses colaboradores. A análise desses dados seguirá os pressupostos teórico-metodológicos da concepção de língua(gem) de Bakhtin (2009), dos estudos de letramento como prática social (KLEIMAN, 1995, 2005; OLIVEIRA; KLEIMAN, 2008), dos estudos sobre o letramento digital (XAVIER, 2002; COSCARELLI; RIBEIRO, 2007). Os resultados da análise empreendida apontam-nos para uma multiplicidade de práticas de leitura/escrita de textos impressos e digitais desenvolvidas por graduandos do BCT devido à coexistência da modalidade impressa e da que decorre dos novos dispositivos móveis.