Theory Of Argumentation In Language Research Articles

Argumentação por implícitos como estratégia de patemização

O presente artigo tem o objetivo de demonstrar como, através de implícitos, o sujeito argumentante pode levar o sujeito interpretante a experimentar determinadas emoções. Para isso, analisamos uma crônica jornalística escrita por Luiz Garcia à luz dos postulados teóricos e metodológicos da Teoria Semiolinguística do Discurso, proposta por Patrick Charaudeau, bem como da Teoria da Argumentação na Língua, de Ducrot e Anscombre. Notamos que diversos conteúdos pressupostos e subentendidos, ou seja, implícitos, apresentados pelo sujeito enunciador da crônica, são passíveis de produzir determinados efeitos patêmicos no sujeito interpretante, a depender de seus valores e crenças. No projeto argumentativo do texto, a patemização contribui para a captação do interlocutor, possivelmente, levando-o a aceitar a tese defendida pelo enunciador.

50 anos da pressuposição na semântica argumentativa

Este artigo tem como objeto de estudo o tratamento teórico do fenômeno da pressuposição. Seu objetivo é investigá-lo nos últimos 50 anos. Nossa metodologia é refletir tal objeto em dois momentos: na Teoria da Argumentação na Língua (anos 60 a 80), e na Teoria dos Blocos Semânticos (anos 90 até 2018), em textos parcialmente traduzidos. Nossa hipótese é a ressignificação da pressuposição. Um dos resultados obtidos é que tal revisão faz ver o confronto entre um modus operandi (que se acreditava) muito engessado em uma estrutura, para uma leitura (mais adequada aos originais) de um modus analítico capaz de perscrutar os semantismos implícitos da/na estrutura, só tangíveis por ela.

Constituição e argumentação: a função social do imóvel rural

This paper presents a study of Articles 184, 185 and 186 of the Brazilian Constitution in order to identify, describe and analyse the senses and the argumentative orientation found in such articles regarding to the social function of rural property and its legal implications. We will investigate what the legislator’s choices indicate, when establishing expropriation for the purposes of agrarian reform, (Art 184), defining the properties that are susceptible to expropriation (Art.185) and establishing what concerns the fulfilment of the social function of the agricultural property (Art.186). The analyses are based on studies of the Theory of Argumentation in Language, postulated by Ducrot (1884) and by Anscombre & Ducrot (1997). For Ducrot, the argument is in the language. The words of the language bring in themselves an argument that guides the discourse and the linguistic choices entail an argumentative orientation. The study is also supported by authors who deal with agrarian law (Carrozza and Zeledon, 1990; Scaff, 2005; Bueno, 2017) and the vagueness of the legal norm (Santos, 2002). The analysis of the linguistic marks of the mentioned articles allows to observe that the vagueness of the senses implies incoherence in the argumentative orientation of the constitutional text and can have negative consequences for the decidibility in concrete cases.

Bal: from Disjunction to Argumentation

The Arabic conjunction bal(usually translated as even or rather in English), like its equivalent conjunction in other languages, is a vital connector which has been of great interest to researchers in different languages. Arabic scholars have for many centuries always defined it as a disjunctive conjunction which can also mean giving up or quitting. This study is an analysis of “bal” which attempts to move it from the category of disjunction and quitting to the broader scope of Argumentation. The term Argumentation in this study is used in linguistic sense proposed by French linguists Jead – Claude Anscombre and Oswald Ducrot in their Theory of Argumentation in language(TAL) Within this theoretical framework, argumentation is defined sa the act of targeting specific objectives. The function of connectors, based on this definition, is to achieve these objectives through structuring language in ways which lead the addressee to conclusions undeclared by the speaker even though they are the outcome of the lattr’s words.

Argumentationsanalyse. Grundtræk af en modulær sprogvidenskabelig tilgang

In this article, the author presents some fundamentals of a modular linguistic approach to argumentation. Argumentation is seen as a matter of interpretation, and since interpretation phenomena depend on linguistic material as well as on context in the broad sense, genuine linguistic theory should be an integrated part of argumentation theory. A linguistic approach to argumentation should adopt instructional semantics as opposed to representational semantics and argumentative (discourse dynamic) seman-tics as opposed to referential semantics. In view of the high complexity of argumentation phenomena, rigour can be obtained only in a strictly modular approach. After a brief overview of the global approach, the author lays down some fundamental metho-dological and theoretical principles for modular studies. He then introduces three modules taking care of Lexical Semantics (the Topos Theory), Polyphony and Argu-mentative Functors. The three mini-theories involved are all inspired by the Theory of Argumentation in Language developed by the French linguists Oswald Ducrot and Jean-Claude Anscombre. Two recommendations for practitioners are formulated as conclusion: “To be efficient, use the right linguistic forms and structures!” and “To choose efficient forms, keep your eye on the purpose!”

Análise de uma crônica-reportagem à luz da teoria da Argumentação na Língua

Resumo: Este artigo analisa a constituição de sentidos de uma narrativa à luz da teoria da Argumentação na Língua, proposta inicialmente por Oswald Ducrot e Jean Anscombre. Objeto de análise, a crônica-reportagem “História de um olhar” é uma das 21 histórias de “A vida que ninguém vê”, um livro de Eliane Brum, jornalista brasileira que tem se destacado no jornalismo literário. A análise realizada com o suporte da teoria da Argumentação na Língua e, paralelamente, com um olhar sobre a sintaxe textual, revela que a estrutura dos enunciados, no início da crônica fragmentados, vai se modificando à medida que a identidade da personagem protagonizada vai sendo ressignificada. Tem-se, então, uma narrativa cuja sintaxe contribui para a definição dos sentidos da narrativa.
 Palavras-chave: Narrativa. Enunciados. Encadeamentos. Sentidos.

Construções metafóricas no discurso de Dilma Rousseff: análises à luz da teoria da argumentação na língua

Buscamos articular uma perspectiva sociocognitiva da metaforicidade, baseada em elementos epistemológicos da Teoria da Metáfora Conceptual e em teorizações de abordagens discursivas da metáfora, com pressupostos e categorias analíticas da Teoria da Argumentação na Língua. A partir dessa articulação, nosso objetivo é identificar e analisar a orientação argumentativa de construções metafóricas no discurso de Dilma Rousseff. Nossas análises visam a contribuir para a evidenciação, nos dados em foco, de que a metaforicidade e a argumentação são inerentes à linguagem, assim como de que a dicotomia literal/metafórico não se sustenta quando se considera o uso da língua. Concluímos a possibilidade de associar ambas as perspectivas teóricas para a compreensão de dois princípios cognitivos humanos, a argumentatividade e a metaforicidade.

A argumentação na língua como subsidio para a avaliação de leitura e produção de textos dissertativo-argumentativos

Este trabalho destina-se a apresentar uma proposta de avaliação de leitura e produção de textos dissertativo-argumentativos, com base em princípios e conceitos postos à disposição pela teoria da Argumentação na Língua (ANL), criada por Jean-Claude Anscombre e Oswald Ducrot, especialmente pela versão da Teoria dos Blocos Semânticos (TBS) e por trabalhos nela inspirados, cujos critérios sejam capazes de envolver menos intuição no julgamento de desempenhos em leitura e produção de texto dissertativo-argumentativo. A análise do corpora – constituído pela proposta de redação do Enem 2011 e por 50 (cinquenta) redações produzidas a partir dela – e o teste dos critérios de avaliação de leitura e escrita propostos neste trabalho revelaram funcionalidade prática e eficiente dos critérios, com potencial que permite aplicá-los em qualquer processo de avaliação de texto dissertativo-argumentativo. Por fim, este trabalho também fornece subsídios teórico-metodológicos que podem auxiliar professores da educação básica e da superior a qualificar suas práticas de ensino de leitura, escrita e avaliação dos textos dos estudantes.

Reformulation markers and polyphony

Reformulation markers (RMs) —in other words,that is,that is to say,i.e.andnamelyin English, andes decir,o sea,esto esanda saberin Spanish — are used to articulate different voices (Ducrot, 1984) or points of view (Anscombre, 1990; Nølke et al., 2004) in discourse. This paper offers a qualitative and quantitative analysis of the RMs found in a corpus of journalistic English and Spanish according to their different polyphonic arrangements. The theoretical framework used is a combination of insights from Relevance Theory — to explain the general role and the specific functions of RMs in the two languages —, and the Theory of Argumentation in Language — to account for their polyphonic meaning. The results show that instances of a high degree of polyphony are generally associated with particular discourse processes introduced by RMs, related to more interpretive uses such as definition, conclusion and consequence. However, significant differences emerge in the comparison of the specific RMs in English and in Spanish. Although the markers are often regarded as synonyms within each language or directly translatable from one language to another, their polyphonic potential may be considered a differentiating element between some of them.

Ler “vendo” vozes: a polifonia no discurso

Thinking about reading does necessarily imply thinking about the construction/ production of meaning through the reader/text interlocution; it equally presupposes considering that meaning is not constructed based solely on what is explicitly stated in the text, but also (and, many times, mainly) on what is suggested, what is implied in the text. By considering so, we are led to refl ect not only on reading as an object of learning in Elementary School but also (and even primarily) as a skill that should be constantly developed by all and any knowing subjects, more specifi cally, by those whose job is to teach reading, that is, the teachers themselves. Thus, the goal of this article is to present and exemplify, through the analysis of an excerpt from the PCN’s (Brazilian National Curriculum Guidelines) introductory document, the polyphonic concept of meaning proposed by the Theory of Argumentation in Language which has been developed by the French semanticists Oswald Ducrot and Marion Carel. We believe that polyphony can signifi cantly contribute to qualify reading in any schooling stage or continuing education program. Keywords: teacher’s reading, linguistic polyphony, meaning of discourse, Brazilian National Curriculum Guidelines.

Prosody, polyphony and politeness. A polyphonic approach to prosodic configurations common to French and Spanish

AbstractFrom a theoretical perspective based on the Theory of Argumentation in Language (

A ilusão da argumentação no diálogo entre a mídia e a lingüística: o caso do “internetês”

O presente trabalho é parte de um projeto de pesquisa queestuda os discursos circulantes na mídia acerca da língua e asrespostas que a lingüística tem tentado oferecer a eles,focalizando a constituição da argumentação no interior dostextos através dos quais tais discursos têm circulado. Nessesentido, são acionados os conceitos de polifonia e de orientaçãoargumentativa tal como tratados na semântica da enunciação,além do conceito de encadeamento argumentativo próprio dateoria da argumentação na língua. Neste artigo, são discutidostrês textos que tratam do tema “internetês”, dois delespublicados em revistas de divulgação da área de línguaportuguesa (de autoria de um lingüista e de um jornalista) eum terceiro publicado em um jornal de circulação diária. Osprimeiros resultados do trabalho confirmam as hipótesesiniciais: o diálogo entre a mídia e a lingüística tem seconstituído como um espaço de “não-escuta”, uma vez queseus respectivos discursos não parecem afetados pelo discursodo outro, fato que decorre dos deslizamentos de sentido que aderiva promove na linguagem. Isto se vê, por exemplo, nasreportagens jornalísticas que, embora citem opiniões delingüistas, parecem ignorá-las, produzindo efeitos de sentidoque evidenciam o fato de que a argumentação é ilusão.

Le rôle du lexique dans la théorie des stéréotypes

The aim of this article is to develop the claim made in earlier papers that the standard form (±P, ±Q) of the topoï at work in the Theory of Argumentation in Language are in fact contrary to the basic claims this theory relies on. After examining several objections, an alternative theory will then be suggested, namely the Theory of Stereotypes, based on ideas adapted from Putnam, Kripke, and others. This theory, apart from evading the above mentioned objections, is consistent with the basic hypothesis of the Theory of Argumentation in Language, and moreover, provides a more satisfactory explanation for a wide range of facts. Key words: Argumentation, Stereotypes.

Les connecteurs espagnols encima / además : argumentation transgressive et argumentation normative

This paper describes the discourse function of two additive connectives in Spanish: encima [moreover] and además [furthermore]. The study aims to demonstrate that the difference in signification between these two additive connectives can be explained appealing to normative and transgressive argumentations, following the notions defined by the Theory of Argumentation in Language and, more specifically, by the Theory of Semantic Blocks. Thus, we can explain that when using además we have to interpret the first of the connected segments as evoking normative argumentations with therefore [fr.: done] and the occurrence of encima in an enunciation as imposing a transgressive interpretation with nevertheless [fr.: pourtant]. Key words: Connectives, Argumentation, Semantic Block, Normative,

La négation dans les proverbes

.Silvia Palma (Universite de Reims) : The Negation in Proverbs In this article, proverbs are considered from a purely linguistic point of view, and within the frame of the theory of argumentation in language (Anscombre & Ducrot) and the theory of topoi (Anscombre eds, 1995). As linguistic items close to names, proverbs can qualify a situation through a stereotypical frame. The situation will then be considered as a representative (or not representative) case of the stereotype involved in the proverb. The article focuses on negative proverbs that show a negation because of their rich enunciative structure (negation being a preeminently polyphonic context). We finally suggest, for the proverbs with a negation, a classification mainly based on their enunciative structure.

Topique or not topique: Formes topiques intrinsèques et forms topiques extrinsèques

The aim of this article is to explore and develop the claim made in the earlier stages of the Theory of Argumentation in Language, that argumentative topoï are at work at the lexical level. We then claimed that the basic meaning of a lexical item is made of the bundle of topoï that this item allows applying when uttered. Let us recall that our main hypothesis is the following one: in a discursive sequence of the type argument + conclusion, a third factor — a warrant, as Toulmin called it, secures the plausibility of the inference. To honour Aristotle, we will refer to such a warrant as a topos. In the first section, we discuss another basic hypothesis, namely the claim that the topoï have the standard form (±P,±Q), where P and Q are metalinguistic predicates. For instance, in the sequence: Pierre est malade: il ne pourra pas aller travailer. the conclusion is drawn from the premise by means of a topos like (+sick, −work), roughly speaking. More generally, the use of such topoï is intended to build up ideological representations. Sequences like: • Il fait beau. Allons nous promener. • Il fait beau. Je vais aller à la plage. • Il fait beau. Je suis content. are meant to build up such notions as fine-weather-of-going-for-a-walk, fine-weather-of-going-to-the-beach, fine-weather-of-feeling-good, … etc. Let us consider now the following examples: 1. (1) Il y a un problème, mais il est facile à résoudre. 2. (2) ??Il y a un prroblème; pourtant, il est facile à résoudre. 3. (3) Il y a un problème, mais le patron n'est pas là. 4. (4) Il y a un problème; pourtant, le patron n'est pas là. The contrast is rather surprising, all the more as mais and pourtant are exchangeable in most examples. In fact, (1) and (2) diverge from (3) and (4) as for their semantic structure. Being difficult to solve is indeed in the very nature of a problem, whereas there is a priori no linguistic relation between the emergence of a problem and the attendance of the boss. We will refer to the topos involved in the first two examples as an intrinsic topos between problème and difficile à résoudre. In the other two examples, the topos will be referred to as an extrinsic topos between problème et présence du patron. The above mentioned examples then show that mais can rest on an intrinsic topos or an extrinsic one as well, while pourtant admits only extrinsic ones. After an examination of the exact nature of intrinsic topoï, we show the connection between these topoï and the specific subclass of generic sentences made up by proverbs. We then put forward several linguistic criteria that show the difference between intrinsic and extrinsic topoï. Last, several phenomena of scale predication, topicalization, and aspect/time structuration, are accounted for in terms of topoï.