A condição de aridez associada à pressão antrópica resulta em áreas de degradação extrema, conhecidas como núcleos de desertificação. No núcleo do Seridó a antropização é caracterizada por queimadas, cultivo do algodão no passado, pastoreio e exploração de lenha, que alteraram a composição florística e a estrutura da vegetação potencial. Com este estudo se objetivou identificar níveis de degradação na caatinga arbóreo-arbustiva do Seridó, por meio de técnicas multivariadas que envolveram variáveis do ambiente físico, da florística, fitofisionomia e diversidade da vegetação. O inventário florístico e fitossociológico foi realizado em 16 fragmentos, pelo método Ponto-Quadrante, com a inclusão de plantas com diâmetros no nível do solo 1 cm e altura ≥ 1 m, totalizando 3472 indivíduos, que foram identificados em 15 famílias, 24 gêneros e 31 espécies. As famílias Euphorbiaceae, Mimosaceae, Apocynaceae e Caesalpinaceae apresentaram maiores VI, assim como as espécies Croton hemiargyreus, Aspidosperma pyrifolium, Mimosa hostilis, Caesalpinia pyramidalis e Jatropha mollissima. Os resultados mostraram que a degradação dos fragmentos está associada às condições ambientais mais favoráveis, o que indica causa antrópica da degradação.