O artigo aborda a inserção dos africanos em duas propriedades da Zona da Mata Mineira antes e após o fim do tráfico transatlântico de cativos em 1850. Percebe-se a importância deste mecanismo de reprodução da mão-de-obra para a manutenção/ampliação do contingente escravo. Detectamos que os escravos adquiridos por esses senhores eram, em sua maioria, advindos de uma determinada região do continente africano, e que estes africanos eram, majoritariamente, homens em idade produtiva (típicos de regiões de plantation), tendência que transparece mesmo após o fim do tráfico e em outras regiões da província mineira. A nosso ver são as tradições e memórias desses cativos que influenciaram a formação das comunidades escravas daquela região durante o século XIX.