A esportivização da Educação Física escolar cria obstáculos à inclusão de alunos que não se “enquadram” aos padrões exigidos pela lógica do rendimento esportivo padronizado nesses espaços. Mas apesar dessa conjuntura, é possível criar estratégias de cooperação entre pares, fomentando a participação, a inclusão e o envolvimento dos alunos nessas aulas? Este trabalho teve como objetivo descrever e analisar experiências advindas dos Jogos Cooperativos, com sua estratégia “inversão do goleador”, ao longo do ano de 2018, em turmas de 4º e 5º ano do Ensino Fundamental de uma escola pública municipal. Aspectos que dizem respeito ao contexto, às motivações e aos procedimentos utilizados, com tal estratégia, foram objetos de análise do presente trabalho. Como corolários da utilização da estratégia cooperativa posta em prática, pôde-se perceber, dentre outras coisas, uma redução de conflitos, maior envolvimento e aceitação de diferenças existentes entre os alunos, bem como o aprimoramento de técnicas e táticas. Além do mais, um clima saudável de otimismo, de participação e de ajuda mútua foi identificado, obtendo o reconhecimento de toda a equipe (de apoio e pedagógica). E assim foi possível criar estratégias de cooperação entre pares, fomentando a participação, a inclusão e o envolvimento dos alunos. Propostas como a dos Jogos Cooperativos, quiçá outras, não só podem como devem ser implementadas na base, isto é, em turmas de 1ª etapa do Ensino Fundamental, nas quais os alunos são mais receptivos e menos resistentes, conforme observado, a fim de se implementar uma ética cooperativa entre eles, considerados agentes culturais.
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