O Brasil, no passado recente, não implementou a redução das desigualdadesde renda através de uma política tributária progressiva. Ao contrário, nos anos 1990,seguiu as orientações de organismos multilaterais, como o Fundo Monetário Internacional,de redução das alíquotas marginais do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF),restringindo ainda mais o papel distributivo desse imposto, e, nos anos 2000, optoupela ótica do gasto, como alternativa à redução da desigualdade de renda no país.Diante disso e da visão da Teoria de Tributação Equitativa e a partir dos princípios constitucionais da isonomia e da capacidade contributiva, analisa-se a regressividade doIRPF a despeito das alíquotas marginais progressivas. Observa-se que a alíquota efetivaapresenta uma relação decrescente com o aumento da renda. A partir de rendas acimade 40 salários mínimos, quanto maior a renda, menor é a alíquota efetiva do IRPF, enquantoque, para contribuintes com renda acima de 320 salários mínimos, a alíquotaefetiva do IRPF é de 2,1% e para contribuintes com faixa de renda entre 30 e 40 saláriosmínimos é de 10,5%, ou seja cinco vezes maior. A partir disso, apresentam-se três simulaçõespara a atualização da tabela de IRPF visando suprir as iniquidades desse tributo,consequentemente ampliando a arrecadação e contribuindo para o enfrentamento dacrise fiscal do Estado.