Giorgio Agamben, ao elaborar o livro Signatura Rerum (2008), afirma ser possível investigar o passado, para chegar ao paradigma, definido como um conhecimento analógico. Agamben disserta também sobre a assinatura, a linguagem do mundo, da qual se percebe o espírito interior das coisas em sua exterioridade, além de definir a arqueologia filosófica, momento em que os saberes e os discursos são constituídos. Na esteira de Michel Foucault, o filósofo italiano argumenta que a “arqueologia é a ciência das ruínas, prática, que indaga a história não pela origem, mas como a emergência do fenômeno”. (AGAMBEM, 2008, p. 121). Neste caso, da obra literária emergem fenômenos e indícios, a exemplo da Divina Comédia, de cujo poema surgem personagens da mitologia grega, filósofos e poetas, dentre os quais, o mantuano Virgílio, e outras personagens. Essas singularidades, identificadas na Comédia, são objeto para um possível entrecruzamento com o conceito de assinatura, de Agamben.