Este trabalho apresenta os resultados da aplicação dos programas de geração de vetores de tendência de transporte de sedimentos GSTA, GSTAST e TRANSVEC, baseados em parâmetros granulométricos (média granulométrica, desvio padrão e assimetria) de sedimentos da porção sul do delta de desembocadura do Complexo Estuarino de Paranaguá. O transporte preferencial na área estudada dá-se de sudoeste para nordeste, regido pela passagem de sistemas frontais provenientes de sul que transferem grandes quantidades de energia ao sistema, havendo o empilhamento destes sedimentos causado pelo efeito molhe hidráulico das correntes predominantes de vazante na desembocadura sul do estuário, tornando-a mais pronunciada que a parte norte. Este fenômeno possibilita o desenvolvimento de um extenso banco de areia, denominado banco da Galheta, com profundidades variando entre 1,5 a 5,0 metros na região, onde as ondas quebram causando o transporte em direção à costa, evidenciado por esporões que migram embocadura adentro. Após a análise dos resultados, observa-se que os vetores gerados pelo programa GSTA encaixam-se perfeitamente na batimetria da área. Estão de acordo com o esperado na parte sul e central da área, mas não parecem bons nos setores NE e NW da área. O programa TRANSVEC identifica muito bem o direcionamento do transporte para o canal que margeia o delta e também uma tendência do canal marginal de exportar sedimentos durante maré vazante na parte NW da área. Os vetores indicam transporte preferencial para SW, o que contraria todas as observações para a área em questão. O programa que melhor satisfaz as tendências esperadas é o GSTAST. O teste de significância para os vetores, bem como a geração de vetores adicionais empíricos que são utilizados no processo de filtragem do GSTAST, funcionou a contento neste caso em particular. Os vetores a leste da área refletem o transporte de material pelas ondas quebrando no banco da Galheta, os vetores centrais mostram o empilhamento da deriva de sul para norte sobre o delta de desembocadura e os vetores a oeste da área refletem a deflexão da deriva litorânea próximo à súbita queda na profundidade causada pela presença do delta.
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