O texto problematiza a historiografia do Oeste do estado do Parana – regiao brasileira na fronteira com a Argenina e o Paraguai –, produzida a partir da decada de 1980, nas formas como ela naturalizou o olhar nacionalista projetado sobre o lugar na primeira metade do seculo XX. Para tanto, analisa livros escritos por viajantes – em sua maioria politicos do estado do Parana e militares oriundos do Rio de Janeiro – que estiveram na regiao nesse periodo. Defende que a visao nacionalista, na forma de denuncia de ausencia de brasilidade na fronteira – em funcao da presenca macica de imigrantes e de serem o espanhol e o guarani as principais linguas faladas – foi apenas uma das possibilidades de interpretacao da regiao, tendo existido outras. Por fim, destaca como o processo de “nacionalizacao” da fronteira acabou por marginalizar as populacoes imigrantes, principalmente as de origem paraguaia.