A forma de vida parasitária em plantas está associada à formação de um órgão que pode ser genericamente denominado haustório, responsável pela conexão entre parasita e hospedeira. A grande diversidade de espécies parasitas - cerca de 1% das angiospermas viventes - somada à diversidade de potenciais hospedeiras, resulta numa multiplicidade de estruturas, tecidos e tipos celulares peculiares dessas interações. Entretanto, é frequente a observação de que toda esta variedade morfoanatômica seja abordada com o uso de poucos termos comuns e, até mesmo, com sinônimos, mas também com uso ambíguo e em estruturas de homologia dúbia ou não comprovada ontogeneticamente. O uso de publicações originalmente em outras línguas que o português (i.e. inglês, principalmente; espanhol; francês; italiano; alemão), com traduções literais, falsos cognatos e outras influências da linguística também promoveram confusões. De modo a promover uma utilização mais clara e precisa, além de realizar um resgate histórico das acepções originais dos termos, foi realizada uma compilação e reestruturação de termos do modo como vêm sendo abordados, de forma a promover um melhor entendimento da nomenclatura utilizada. Adicionalmente, estudos anatômicos e ontogenéticos têm sido realizados e confrontados com a literatura, e então resignificados sob uma perspectiva filogenética. Com base em nossos resultados e reflexões, apresentamos um glossário ilustrado e referenciado, com o qual sugerimos uma padronização de termos mais adequados na descrição da interface parasita-hospedeira de diversas famílias em língua portuguesa.
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