Este artigo apresenta o conceito de falantxs transviadxs, que oferece possibilidades analíticas para entendermos como pessoas em suas práticas locais negociam sentidos para quem são vis-Ã -vis normas que limitam o que podem/devem fazer e como podem/devem falar/escrever, circunscrevendo as fronteiras entre o normal/ideal e o abjeto/monstruoso. O artigo propõe uma perspectiva analítica queer guiada pelos conceitos de indexicalidade e corporificação. Revisito dados gerados em uma pesquisa etnográfica sobre prevenção de infecções sexualmente transmissíveis entre travestis com o intuito de entender como performances transviadas (i.e. aquelas que reviram e misturam múltiplos repertórios linguísticos e bagunçam regimes de ordenação do comportamento generificado) emergem e a que propósitos servem localmente.