Cultivares de alface selecionadas para o pendoamento lento e as mesmas que lhes deram origem foram analisadas quanto a variações morfológicas, com o objetivo de quantificar possíveis modificações adaptativas para as condições de cultivo em épocas de calor. Cultivares dos grupos "manteiga" (Regina, Glória, IAC 303, IAC 202, Sem Rival e Luciana) "folha crespa" (Grand Rapids e Brisa) e "americana" (Great Lakes e Mesa 659), foram avaliadas em dois plantios de verão, em Piracicaba, em delineamento de blocos casualizados. No primeiro experimento, (novembro/90), foram avaliadas as características de número de estômatos, espessura de folha e quantidade de clorofila total. No segundo, (setembro/91), foram avaliados o peso seco, peso fresco, porcentagem de matéria seca, tempo para pendoamento e número de folhas. As cultivares selecionadas para calor no grupo "manteiga" (Glória e Regina), apresentaram maior número de estômatos (respectivamente 9487/cm² e 7973/cm²) e folhas mais grossas (respectivamente 556 mm e 439 mm) e também, acumularam maior quantidade de matéria seca (respectivamente 24,55 g e 25,50 g). A cultivar selecionada para calor do grupo "folha crespa" (Brisa) acumulou maior quantidade de matéria verde (446,77g) e seca (22,40 g), da mesma forma que apresentou maior quantidade de estômatos (7.279/cm²). Para as cultivares do grupo "americana", observou-se diferença significativa apenas para espessura de folha, sendo que a cultivar Mesa 659 apresentou folhas mais grossas (589 mm). Constataram-se aumentos significativos da biomassa vegetal nas cultivares selecionadas para calor em relação àquelas não selecionadas. As cultivares que atingiram maior produtividade de matéria seca por planta foram Mesa 659 (28,74 g), Great Lakes (27,17 g) e Regina. Os resultados comprovaram que a seleção para o pendoamento lento indiretamente produziu variações adaptativas nas plantas de alface.
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