A gravioleira, cujos frutos apresentam elevado potencial para exportação, é de fácil adaptação ao Semi-Árido nordestino, e a sua produção, economicamente importante, vem sendo estimulada. O uso de adubos orgânicos associados à inoculação com fungos micorrízicos arbusculares (FMA) pode ser útil na formação de mudas frutíferas, porém o efeito da adição de adubo na simbiose com gravioleira (Annona muricata L. 'Morada') não é conhecido. Foi investigado o efeito de FMA multiplicado em substrato com resíduo orgânico na formação de mudas de gravioleira mantidas em substratos com fertilizante. O delineamento foi inteiramente casualizado, em fatorial de 2×5: 2 substratos (solo sem ou com 10% de vermicomposto) e cinco tratamentos de inoculação (Acaulospora longula Spain & Schenck e Gigaspora albida Schenck & Smith produzidos em substratos com ou sem resíduo orgânico e controle não inoculado), com quatro repetições. Após 102 dias, avaliou-se: massa seca da parte aérea e radicular, altura, diâmetro do caule, taxa de crescimento, produção de esporos de FMA e de glomalina, atividade enzimática do solo, respiração microbiana, colonização micorrízica total, arbuscular e hifálica. Em geral, a inoculação com FMA estimulou o crescimento, mas no tratamento adubado as mudas em simbiose com G. albida não foram beneficiadas pela associação. O uso de vermicomposto estimulou a colonização micorrízica, a respiração microbiana, a atividade enzimática e a produção de glomalina no solo, porém reduziu a esporulação de A. longula. A utilização de FMA e vermicomposto pode constituir alternativa na produção de mudas de gravioleira, pois reduziu à metade o tempo de formação das mudas e pode reduzir em 75% a dose de adubo a ser aplicada. No entanto, a escolha de FMA compatíveis com o hospedeiro é indispensável para garantir respostas positivas. A aplicação conjunta de FMA e adubo orgânico também pode melhorar a qualidade do solo, contribuindo para a produção sustentável de mudas desta e de outras fruteiras.