O artigo apresenta uma nova metodologia para a coordenação do trabalho de uma equipe dispersa fisicamente chamada Autorregulação algorítmica (AA). A metodologia se baseia em conceitos recentes de redes sociais e mérito individual. Os membros da equipe assumem papéis igualitários e se mantêm logados voluntariamente a sessões de AA por parte do seu tempo (por exemplo, duas horas por dia), criando logs periódicos — frases curtas — que desejam compartilhar com os demais envolvidos nas atividades da equipe. Estes logs são agregados publicamente em um website e são validados pelos pares após o fim da sessão, da mesma forma que se faz na revisão de código. Preferencialmente, um breve screencast é gravado ao final de casa sessão para tornar os logs de AA mais compreensíveis. Esta metodologia se demonstrou adequada para aumentar a eficiência de equipes dispersas fisicamente trabalhando em projetos de Desenvolvimento de Software Global (GSD), conforme observado em nossa experiência em situações de uso cotidiano. O aumento de eficiência é obtido principalmente por meio de: 1) comunicação assíncrona e sob demanda em conjunto com a documentação dos produtos do trabalho e processos, e 2) necessidade reduzida de gestão centralizada, reuniões ou relatórios que consomem tempo. Assim, a metodologia AA legitima e facilita as atividades de uma equipe de desenvolvimento de software distribuída. Ela possibilita que outras entidades disponham de meios para financiar essas atividades, possibilitando que novos e concretos modelos de negócio se tornem possíveis para desenvolvimentos de software muito distribuídos. A AA foi proposta, em sua essência, como uma forma de possibilitar a auto-replicação de iniciativas de atividade hacker. Estes argumentos são discutidos com base em um estudo de caso real de atuação de uma equipe hacker de software livre distribuído chamada Lab Macambira.
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