A Bacia Hidrográfica Piancó-Piranhas-Açu (PPA) abrange uma área total de 43.683 km² (ANA, 2016), com baixas precipitações, resultando em secas hídricas. O reuso de efluentes pode ser visto como uma prática que combate e minimiza os impactos sofridos pelas secas severas. Assim, uma vez que a região possui baixo atendimento ao tratamento de esgoto, neste trabalho, foi realizada uma avaliação do futuro potencial de reuso de efluentes de ETEs em áreas irrigadas. Assim, observou-se que, em relação à projeção para implantação das ETEs, em 2035, serão 131 ETEs em operação, com uma vazão total de 1,41 m3/s. A demanda de água para a agricultura irrigada na bacia é de 17,48 m³/s e com isso a oferta da água de reuso pode representar 8% da demanda de água para irrigação, a um custo estimado de transporte variando entre R$ 2,46/m3 e R$ 12,62/m3, em função do estado (PB e RN) e das distâncias de transporte (10 a 50 km). Comparando o custo da água de reuso com o valor do consumo da água bruta, constatou-se que os valores médios praticados atualmente para consumo de água na irrigação (0,02 R$/m3) inviabilizam financeiramente a prática e não se alinham com os objetivos instituídos pela lei das águas, já que os valores cobrados são ínfimos. Por fim, ficou ainda mais evidente a necessidade em se atingir a universalização do esgotamento sanitário, não somente para minimizar a poluição dos corpos d’água, mas também em propiciar efluentes tratados para a prática de reuso.
 
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