Este artigo tem por objetivo principal descrever quais são os danos que as bases ultramarinas dos Estados Unidos (EUA) trazem aos países hospedeiros. Ao entender como o sistema global de bases ultramarinas dos Estados Unidos surgiu, quais são as tipologias de bases e sua concentração geográfica hoje, é possível perceber como as bases dos EUA se apresentam no exterior. Após revisão de literatura, percebe-se que os danos são das mais distintas naturezas: danos socioeconômicos, violência sexual e de gênero, degradação do meio ambiente, etc. Além disso, com as novas bases de Cooperative Security Location, mais conhecidas como Lily Pads, é questionável até que ponto as bases respeitam a soberania do país hospedeiro. Após a apresentação descritiva dos danos e uma análise dos dados das localizações das bases com o desenvolvimento do país hospedeiro, conclui-se que danos ocorrem em sua grande maioria em países do Sul Global, mas não unicamente, e que a falta de movimentos e organizações antibases em países do Sul pode ser um resultado das estruturas históricas que os moldaram. Ainda faltam estudos mais amplos sobre os danos das bases e mesmo sobre a presença delas em países do Sul e Norte Globais, logo, busca-se incentivar os leitores a se debruçarem sobre o tema, completando as lacunas que ainda existem.
 
 
 Abstract: This article's main objective is to describe the damage cause by the USA's overseas bases on host countries. By understanding how the American overseas basing system was developed, their classification and current geographical distribution, an overview of how these bases operate overseas is possible. A review of the literature shows how damage is presented in many sorts: socioeconomical damage, sexual and gender violence, environmental harm, etc. Also, the introduction of Cooperative Security Location bases, also known as Lily Pads, the question emerges of to what extent a host country's sovereignty is respected. Following the descriptive presentation of the damage and an analysis of the localization of these bases and local development in host countries, we conclude that the damages were caused almost entirely, but not only, in countries in the Global South, and that the lack of anti-base movements and social organizations in countries in the South might be a result historical structures that shaped them. There is space for further investigation into the damage caused by bases, and into their very presence in countries in the Global North and in the South, which is why readers are encouraged to engage the subject and fill the existing gaps.
 Key-words: United States. Bases. Military. Society.
 
 
 Recebido em: agosto/2018.
 Aprovado em: outubro/2019.
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