O artigo busca destacar uma peça de vestuário do acervo que pertenceu à Sra. Antoninha Berchon Sampaio, uma figura relevante na sociedade de elite do Rio Grande do Sul. Esta peça e todas as outras que compuseram o acervo, serviram de aporte para o projeto “Memória Trajada”, que se propôs a pesquisar o traje como objeto cultural a partir dos pressupostos de Prown (1982), Andrade (2006; 2008) e Gies (2008). O objetivo geral do estudo foi pesquisar uma camisa de Antoninha Berchon, abordando questões relacionadas aos arquivos pessoais (ARTIÈRES, 1998; BELLOTO, 2006; VIDAL, 2007; CUNHA, 2008), interligando estes a temas que tratam da moda e seus elos com a memória e a cultura material. Justifica-se a escolha de tal pesquisa por entender as diversas possibilidades metodológicas da roupa como um artefato cultural e da circulação do traje por meio de diferentes sujeitos em seus corpos, imagens e espaços. A metodologia utilizada nesta pesquisa teve como base o estudo de Andrade (2006; 2008) sobre artefatos têxteis, porém adaptado ao acervo analisado. Almejou-se a construção de uma tessitura interdisciplinar, na qual se entrelaçaram diversos campos do saber e estes são fundamentais para entender as mensagens que os artefatos contam. Assim sendo, pode-se afirmar a importância da relação da roupa como objeto que carrega e narra memórias.