O estudo aqui apresentado tem como foco o processo de constituição de um espaço dedicado a arquivar e conservar a memória de uma instituição educacional centenária. O objetivo é refletir sobre a implementação do Memorial do Instituto Federal do Piauí, Campus Teresina Central, que abrange ensino técnico, graduações tecnológicas, licenciaturas, bacharelados, cursos de especialização lato sensu e programas de pós-graduação stricto sensu. Sob a perspectiva da História da Educação, busca-se problematizar esse processo em uma instituição pública e compreender as potencialidades de um lugar de memória, na concepção de Pierre Nora (1993). Os questionamentos e as ponderações presentes nesse propósito de reunir o acervo estão conectados com conceitos da História Cultural, mobilizando ideias de Jacques Le Goff e Peter Burke, e com a utilização de fontes orais, hemerográficas, objetos da cultura material da escola edocumentos institucionais. A reflexão proposta está organizada em uma introdução, evidenciando a experiência de criação de uma unidade de memória numa instituição de ensino superior, técnico e tecnológico. Em seguida, abordam-se o percurso de constituição desse espaço e as questões acerca de seus desafios, suas realizações e intencionalidades. Segue-se com um segundo tópico, discutindo-se limites e potencialidades desse investimento de pesquisa, com suas tensões e intenções. Nas considerações finais, o artigo aponta que os primeiros passos em direção à construção doMemorial foram realizados; entretanto, há medidas de cunho operacional e administrativo que, para se efetivarem, dependem de vontade política, dotação orçamentária e sensibilidade da gestão do campus para designar uma equipe comprometida com os objetivos pretendidos.
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