No início do século XXI, dentro de um contexto de regionalização mundial, o Brasil passou a ter uma nova política para as suas áreas de fronteira. Com o governo Lula da Silva teve início uma mudança importante no que tange às relações do Brasil com seus vizinhos sul-americanos. O governo brasileiro passou a atribuir à faixa de fronteira uma função estratégica no âmbito da integração sul-americana. A estratégia se baseou na implantação de infraestruturas em zonas de fronteira, cujo impacto se materializa mais propriamente, nas cidades gêmeas localizadas no limite internacional. Tais obras faziam parte da carteira de projetos da IIRSA, iniciativa criada no ano 2000, considerada um marco na integração do subcontinente. A partir de 2005 (com a pesquisa do Grupo Retis/UFRJ) e 2009 (com o PDFF) o governo brasileiro promoveu, pela primeira vez na história do país, a criação de um banco de dados que potencializou o planejamento e a gestão da faixa de fronteira. Em 2010 os objetivos do PDFF acabariam por ser incorporados na CDIF. Não obstante o maior enfoque dado para as fronteiras brasileiras, há uma falta de continuidade dos projetos, que sofrem ainda com a baixa interação entre os órgãos governamentais envolvidos na gestão fronteiriça. O presente trabalho consiste em uma pesquisa qualitativa, pautada em análise bibliográfica, que busca aferir, sob a ótica das Relações Internacionais, os impactos das políticas públicas para a fronteira, com ênfase para aquelas implementadas a partir do século XXI.