O biogás gerado pela decomposição anaeróbia da fração orgânica dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU), em aterros sanitários, configura-se como uma fonte alternativa de energia que pode ser utilizada na operação desses empreendimentos ou para outras finalidades. O aproveitamento do biogás contribui para minimizar os impactos ambientais adversos ao evitar emissões de gases do efeito estufa à atmosfera. No entanto, a geração dos gases de aterro está condicionada a vários fatores, dentre esses os relacionados às características dos resíduos e aos condicionantes climáticos. A região semiárida brasileira é caracterizada por condições ambientais peculiares, necessitando de estudos específicos para consolidar o conhecimento sobre a temática apresentada, através de uma base de dados mais ampla, que contemple as especificidades locais. Sendo assim, o objetivo deste artigo foi avaliar as emissões de biogás e geração de energia em aterro sanitário no semiárido brasileiro. Nesta pesquisa, essa base de dados foi construída por meio de estudo realizado no Aterro Sanitário em Campina Grande, Paraíba. A metodologia contemplou investigações in situ, relacionando aspectos da qualidade e quantidade do biogás gerado, bem como coleta de resíduos frescos e em estágio mais avançado de biodegradação. Por meio do estudo da biodegradabilidade dos resíduos foi possível obter o potencial de geração de metano e a constante de decaimento para a estimativa das emissões de biogás e geração de energia no aterro analisado. Foram verificadas concentrações máximas de metano, em torno de 55,0%, logo após a execução da camada de cobertura final do aterro. Em termos quantitativos, a vazão média de metano foi de 7,0 Nm³.h-1 por dreno de gás, compatíveis com grandes aterros, a exemplo do Aterro Bandeirantes/SP. As estimativas realizadas neste estudo, mesmo quando considerado um cenário desvaforável de coleta e queima de biogás, apontam para uma potência de projeto de 2,5 MW.
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