OBJETIVO: O presente estudo investigou se pacientes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) atingem a mínima atividade física recomendada pelos guidelines do American College of Sports Medicine (ACSM), assim como as consequências da não-aderência a esses guidelines. MÉTODOS: Atividade física na vida diária (DynaPort activity monitor), função pulmonar, força muscular, capacidade de exercício, qualidade de vida, estado funcional e diferentes índices de severidade (GOLD, BODE, MRC) foram avaliados em 23 pacientes (61[59-69] anos; VEF1 39[34-53]%predito; IMC 24[21-27]kg/m²; mediana [intervalo interquartílico 25-75%]). RESULTADOS: De acordo com a aderência aos guidelines (andar no mínimo 30 minutos todo dia), 12 pacientes foram considerados "fisicamente ativos", e 11 "fisicamente inativos". Não foram observadas diferenças significativas entre os dois grupos em termos de idade, sexo, composição corporal, força muscular, reserva ventilatória, hiperinsuflação e qualidade de vida. O grupo inativo tinha pior função pulmonar, capacidade de exercício, MRC e BODE (p<0.05). Além disso, na vida diária, o grupo inativo andou menos tempo e numa velocidade menor (p<0.05). O BODE e a MRC foram superiores ao GOLD na predição de aderência aos guidelines (especificidade 0.83 para BODE e MRC e 0.50 para o GOLD). O BODE aumentou significativamente para cada dia de inatividade física. CONCLUSÃO: Grande parte dos pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica não andam mais de 30 minutos por dia, e portanto não atingem a mínima atividade física recomendada pelos guidelines do American College of Sports Medicine. Inatividade está relacionada com maior taxa de mortalidade. O BODE e a MRC mostraram-se superiores ao GOLD para predizer pacientes fisicamente inativos na vida diária.
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