Este artigo sintetiza o relato de experiência da implantação de um Escritório Modelo de Engenharia Civil em uma universidade no interior da Amazônia. Os fluxos migratórios incentivados por políticas públicas, como também, os espontâneos, dentre várias consequências positivas e negativas para as urbes amazônidas, acarretaram em um uso e ocupação do solo desordenado e com elevados índices de autoconstruções e habitações precárias na região. Nesse sentido, os Escritório Modelos de Engenharia se apresentam como uma possibilidade de fornecer serviços técnicos especializados, para populações com hipossuficiência econômica, por meio dos recursos técnicos e científicos disponíveis nas Universidades. Além disso, a prática desenvolvida pelos discentes participantes de um Escritório Modelo, pode configurar o exercício de aprendizagem com método ativo, conforme solicita as Diretrizes para os cursos de Engenharia, aprovadas em 2019. Com base no relato de experiência, esse artigo apresenta a possibilidade de o Escritório Modelo figurar como uma ferramenta que permita institucionalizar a aprendizagem baseada em projetos, que é um método ativo de aprendizagem, em um curso de Engenharia Civil. Através da técnica de grupo focal de análise, sintetizando as informações por meio de método etnográfico, é possível confirmar a hipótese de o Escritório Modelo figurar como meio condutor para a implantação de metodologias ativas de aprendizagem, sendo um recurso adicional para o ensino de temas transversais no curso de Engenharia Civil, como Educação Ambiental, Cidadania, Gênero e Diversidade, Acessibilidade e Direitos Humanos.