Abstract
O presente artigo objetiva discutir alguns pressupostos epistemológicos e pedagógicos que sustentam a parceria entre o Instituto Ayrton Senna e a Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro para a implementação de uma política pública destinada a estudantes em situação de fracasso escolar. A discussão emerge da imersão de bolsistas de um projeto de pesquisa e extensão em uma turma de aceleração de educação básica do Projeto Acelera Brasil. O entrelaçamento entre o percurso proporcionado por essa experiência, os estudos realizados pelo grupo de pesquisa em torno dos cotidianos escolares e dos currículos neles criados e as narrativas dos bolsistas coloca em suspeição a eficácia e possibilidade de pacotes prontos replicáveis em escala para solucionar a questão do fracasso escolar.
Highlights
The present study aims at reflecting upon some epistemological and pedagogical assumptions that support the partnership between Ayrton Senna Institute and Municipal Secretariat of Education to put into effect public policies aimed at students in a situation of school failure
Quando começamos a atuar na escola, estar em contato com os estudantes com dificuldade de aprendizagem me fez relembrar algumas atitudes minhas na época escolar que agora muito me doem, quando, por exemplo, meu primo repetiu a 2a série do Ensino Fundamental
Entendemos que isso foi importante para a formação dos bolsistas, na medida em que lhes permitiu perceber o quanto as realidades escapam ao que lhes é imposto como norma a partir das reinvenções destas e dos usos que os praticantes fazem delas na produção “clandestina” de mudanças, adaptações e criações, nos cotidianos das escolas
Summary
Voltando à questão que inicia a seção, percebemos que o uso desses pacotes voltados para corrigir os “erros” da escola se sustentam nesta compreensão do cotidiano escolar como caixa-preta impenetrável, criando uma linha direta entre propostas e resultados que ignora o espaçotempo relevante de criação curricular por docentes e estudantes, cujos saberes são negligenciados, negados, em nome daqueles que advêm dos materiais que devem aplicar.
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