Abstract

O presente artigo analisa a metáfora violência é sujeira em 24 relatos pessoais postados no Facebook por mulheres vítimas de violência antigênero. Para tal, examina-os à luz da abordagem sociocognitiva-discursiva (Kövecses, 2020; Muéles; Romano, 2023) e crítica (Romano, 2018; Mussolf, 2016) da metáfora. Que relação as narradoras estabelecem com a violência sofrida a partir das pistas linguístico-discursivas que sinalizam a metáfora violência é sujeira? Segundo a análise, os espaços mentais que se abrem no discurso on-line são estruturados pelo domínio emoção e por frames de relações causais que se materializam nos relatos na forma de sentimentos primários, como o nojo, e secundários, como a aversão da mulher a si própria. A mulher percebe-se ou percebe o agressor como objeto ou substância repugnante, causadora de nojo e descartável. O viés teórico-metodológico assumido escancara as relações de poder fincadas no patriarcado e mostram ser o Facebook um espaço sociopolítico de resistência.

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