Abstract

Este artigo tematiza a relação do narrador, entre o narrado e a narração e em face da credibilidade desejada pelo leitor, no seu ponto de vista em 1ª pessoa e com caráter onisciente, no interior da narrativa contemporânea. Ao partir do questionamento sobre o alcance do narrador de contar o que está contando, de saber sobre o narrado, na interseção com o leitor no preenchimento dos interstícios na fabulação, reflete-se aqui sobre o narrador “ogúnico” no romance O avesso da pele (2020), de Jeferson Tenório (1977-). O objetivo é mostrar as estratégias do narrador-protagonista-onisciente, filho – em 1ª pessoa, no diálogo com o pai já falecido, com efeito estético no disfarce na narrativa em 2ª pessoa, em jogo dialógico nos espaços e tempo, na presentificação de concepção africana, em pensamento e epistemologia “ogúnica”, no processo de onipresença do narrador. Para isso, recorreu-se a subsídios teóricos em Dalcastgnè (2012), Eco (1994), Fernandes (1996), também live com o autor em Aula Aberta em Programa de Pós-graduação. Como resultado nesta investigação, concebe-se que no processo narrativo neste romance, o narrador contemporâneo revela-se no narrado por ele mesmo e no mistério da transcendentalidade, haja vista que o orixá Ogum pode legitimar o narrador-personagem-onisciente, amarrando as pontas de suas existências, cumprindo seu intento, o de entender a trajetória do pai e a sua, no universo em que ambos tiveram que compreender os conflitos internos e externos da pele e descobrir nas agruras da realidade o seu avesso.

Full Text
Published version (Free)

Talk to us

Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have

Schedule a call