Abstract
Trabalhos têm apontado demandas em relação ao conhecimento da variação pedológica de Argissolos. Essa variação pode ser analisada pela estatística multivariada - também responsável pela classificação numérica dos dados. A comparação entre a classificação numérica e a classificação hierárquica pode contribuir para a evolução do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS). Os objetivos deste trabalho foram analisar a variação pedológica de Argissolos derivados de materiais sedimentares na Depressão Central do Rio Grande do Sul e validar a estrutura da ordem dos Argissolos do SiBCS por meio da interpretação da classificação numérica. Foram considerados 42 perfis de Argissolos derivados da Formação Santa Maria e da Formação Caturrita, na região central do Rio Grande do Sul. O estudo foi realizado por meio da análise das componentes principais e da análise de agrupamento. Foram determinadas cinco componentes principais, com poder de explicação de 84,3 % da variância dos dados, representadas de um a cinco pelas variáveis: teor de areia, matiz (cor), saturação por bases, atividade da argila e teor de C orgânico total. A análise de agrupamento separou os perfis de Argissolos em três grupos principais. O grupo A apresentou perfis com drenagem deficiente, derivados das três rochas consideradas neste trabalho. O grupo B, derivado exclusivamente dos arenitos das Formações Santa Maria e Caturrita, mostrou perfis bem drenados, porém com menor teor de argila, maior gradiente textural e menor capacidade de troca de cátions potencial em relação ao grupo C. Este grupo apresentou perfis bem drenados, alíticos e com teores de argila superiores em relação aos demais grupos, derivados, predominantemente, do lamito da Formação Santa Maria. A classificação numérica validou a estrutura do SiBCS para a ordem dos Argissolos. Contudo, a análise de agrupamento evidenciou aspectos morfológicos importantes e ainda não considerados pelo SiBCS em nível categórico elevado (grande grupo), como a variação na espessura e textura do horizonte A ou A + E, o teor de argila no horizonte B e o gradiente textural nos perfis de Argissolos.
Highlights
A variável com maior peso em cada uma das componentes foi retida e utilizada para a análise de agrupamento hierárquico dos 42 perfis de Argissolos
Por se tratar de uma característica morfológica de fácil identificação no campo, correlacionar-se com as variáveis que apresentaram maiores pesos na separação dos perfis de Argissolos e ter grande influência sobre o uso agrícola e não agrícola do solo, a espessura do horizonte A ou A + E arenoso poderia ser considerada em nível de grande grupo
A análise de agrupamento evidenciou aspectos morfológicos importantes e ainda não considerados pelo sistema em nível categórico elevado, como a variação na espessura e textura do horizonte A ou A + E, o teor de argila no horizonte B e o gradiente textural nos perfis de Argissolos
Summary
A variável com maior peso em cada uma das componentes foi retida e utilizada para a análise de agrupamento hierárquico dos 42 perfis de Argissolos. Os teores de areia e argila apresentados pelos perfis são alterados pela textura do material de origem, assim como a variação da cor dos solos é alterada pela umidade impressa pela configuração do relevo (Pedron et al, 2006).
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