Abstract

Este artigo analisa “The glass abattoir”, um dos contos de Moral tales (COETZEE, no prelo b), entendido como uma sequência de A vida dos animais (COETZEE, 2003), ambos escritos por JM Coetzee. Buscaremos compreender o movimento do autor na direção da ética em favor do direito à vida dos animais, questionando os códigos morais que justificam o consumo de carne. Coetzee transita pelo discurso filosófico em ambas as obras, refutando a existência de uma superioridade humana sobre esses animais. Em ambos os textos, a personagem principal é Elizabeth Costello, considerada alter ego de Coetzee. No conto, ela assume o inconformismo do autor com relação à forma que nós, indivíduos onívoros, tratamos os animais que comemos e estabelecemos um “equilíbrio ecológico” ao decidir quais, como e quando morrem. Mostramos que, em “The glass abattoir”, a personagem rompe com os discursos e planeja tornar fisicamente visível o que ocorre dentro dos abatedouros.

Highlights

  • This article analyzes “The glass abattoir”, one of the tales of Moral tales (COETZEE, no prelo b), understood as a sequence of The lives of animals (COETZEE, 1999a), both written by JM Coetzee

  • We intend to show that, in “The glass abattoir”, the character aims to break up with speeches, and plans to make physically visible what happens inside the slaughterhouses

  • Tendo em mente as questões anteriormente apresentadas, no presente artigo pretendemos nos ater ao conto “The glass abattoir” (COETZEE, no prelo b), escolhido pelo autor para ser lido17 em todos os eventos de que participou desde o lançamento de Siete cuentos morales (COETZEE, 2018), em 2018, e a como esse texto pode ser entendido como uma sequência lógica da obra A vida dos animais (COETZEE, 2003), num momento em que Elizabeth Costello se dá conta da ineficiência das palavras e decide passar para a ação

Read more

Summary

Introdução

JM Coetzee transitou entre filosofia, historicismo e política, utilizando intrincadas narrativas históricas e sociais como pano de fundo ou motivação para sua escrita. Em Elizabeth Costello (COETZEE, 2004) e “The glass abattoir” (COETZEE, no prelo b), Coetzee demonstra que, quando o tema é a relação entre a humanidade e os animais, a literatura se contrapõe ao pensamento filosófico, pois tem por base o logos – a razão – e a hegemonia dos humanos sobre os animais, ao passo que a primeira reflete sobre o sentir e os desejos humanos, tendo o poder de mobilizar o leitor. Tendo em mente as questões anteriormente apresentadas, no presente artigo pretendemos nos ater ao conto “The glass abattoir” (COETZEE, no prelo b), escolhido pelo autor para ser lido em todos os eventos de que participou desde o lançamento de Siete cuentos morales (COETZEE, 2018), em 2018, e a como esse texto pode ser entendido como uma sequência lógica da obra A vida dos animais (COETZEE, 2003), num momento em que Elizabeth Costello se dá conta da ineficiência das palavras e decide passar para a ação

As distinções entre humanos e não humanos e as diferenças entre ética e moral
Elizabeth Costello
Considerações finais
37. Steiner relata o episódio em Descartes as a moral thinker
Full Text
Published version (Free)

Talk to us

Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have

Schedule a call