Abstract
O artigo tem como objetivo apresentar resultados parciais de uma análise discursivo-enunciativa de um corpus representativo de redações da FUVEST/2007, produzidas por candidatos selecionados em primeira chamada do vestibular. Assumindo a vertente da Análise do Discurso ligada à perspectiva da enunciação, focalizo as condições imediatas de produção para analisar (i) os pontos de heterogeneidade mostrada a partir da relação coletânea/textos produzidos; e (ii) o acontecimento "cristalizado" desse percurso interno de leitura. Por meio dessa análise, defendo que (i) o gênero discursivo seja uma das instâncias que regula o modo como o discurso outro será mostrado; e (ii) a leitura mostrada pelo escrevente, no contexto de vestibular, é atravessada por pré-construídos que circulam em uma dada sociedade.
Highlights
Neste trabalho, apresento resultados parciais da pesquisa que tenho desenvolvido com textos produzidos por alunos egressos do ensino médio
Movida pelo pressuposto de que tanto leitura quanto escrita são práticas sociais que, em relação, integram cada momento do nosso cotidiano, a pesquisa que tenho desenvolvido busca investigar o acontecimento discursivo da relação leitura/escrita em textos de préuniversitários
Perseguindo as reflexões de Maingueneau, compreendo, portanto, como a intertextualidade desenha implicitamente um modo de coexistência dos textos na produção textual das redações, ou seja, a intertextualidade delimita uma espécie de “biblioteca constituinte” fiadora dos fragmentos que podem/devem ser citados efetivamente
Summary
Apresento resultados parciais da pesquisa que tenho desenvolvido com textos produzidos por alunos egressos do ensino médio. Na trilha da perspectiva histórica de letramento, adotando o critério discursivo de que inter e intradiscurso não podem ser concebidos separadamente, busco compreender a redação de vestibular a partir do seguinte posicionamento: se, no intradiscurso, o sujeito escrevente, como se tivesse penetrando conscientemente no processo de enunciação (“eu sei o que escrevo”), tece o fio discursivo conduzindo o corretor à ilusão de um texto linear, coeso e coerente, que apresenta “introdução”, “desenvolvimento” e “conclusão”, no interdiscurso, por ser uma dispersão de vozes (ou melhor, uma dispersão de leituras), esse mesmo sujeito lida com a ilusão de não ser a origem do seu dizer. A pesquisa segue uma vereda diferente dos estudos que dão ênfase à “crise da linguagem” e, procurando não cair no risco de reproduzir um discurso catastrofista, concebe a redação no vestibular para além das questões estritamente linguístico-textuais. Compreendo a redação não como um texto enquanto texto (mero artefato linguístico), mas, como um dispositivo enunciativo sócio-historicamente condicionado
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