Abstract

Este estudo buscou o olhar de crianças ilhéus sobre as práticas turísticas na região onde vivem, contribuindo para a reflexão sobre a humanização do turismo, conhecendo o cotidiano, a cultura e os sentimentos de ilheidade a partir da perspectiva de crianças residentes, desvelando como elas se relacionam com o turismo em seu lugar-território. A abordagem utilizada foi etnográfica, realizada a partir de observações in loco, de questionários e entrevistas aplicados a estudantes do 5º ano de uma escola pública da Vila de Encantadas, na Ilha do Mel e de entrevista com a professora responsável pela referida turma. Os resultados apontaram que as crianças pesquisadas tinham sensível conhecimento sobre o lugar onde viviam, possuíam identidade ilhéu e observavam o turismo como benéfico para os moradores locais; porém, sentiam os impactos em seu cotidiano e no ambiente natural que os cercavam. Já a professora, entendia que a atividade turística não influenciava as crianças e não alterava seus cotidianos.

Highlights

  • O turismo, além de ser um fenômeno marcado pelos deslocamentos, movimenta também as práticas cotidianas, não somente dos turistas, como também de quem permanece em seu habitat natural, especialmente parte da população residente que está ligada diretamente à atividade turística

  • A partir dos resultados obtidos, este trabalho poderá contribuir para futuros projetos e pesquisas, tanto na Ilha do Mel como em outras ilhas turísticas e/ou com potencial turístico para que possam auxiliar a manter a identidade cultural das crianças ilhéus e proporcionar maior interação com o turismo em sua comunidade de forma saudável e sustentável a fim de valorizar o meio ambiente e a cultura mostrando que as crianças também são importantes agentes de mudanças e detentoras de sabedorias específicas

  • C. Sociologia da Infância e a formação de professores

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Summary

Revisão de literatura

As ilhas turísticas gradualmente estão se destacando como destinos muito procurados no Brasil, e, dentre elas, pode-se destacar: a Ilha do Mel, em Paranaguá, no Estado do Paraná; a Ilha de Fernando de Noronha, em Pernambuco; a Ilhabela, em São Paulo; Ilha Grande, no Rio de Janeiro; e a Ilha do Marajó, no Pará. Anterior à aplicação da pesquisa etnográfica, utilizou-se os seguintes documentos: o aceite das crianças em relação ao projeto, onde cada uma delas aceitava ou não participar, assegurando-lhes preservar a sua identidade por meio de um nome fictício para ser utilizado durante a pesquisa; um questionário interativo que continha 10 questões, sendo que 9 destas eram questões dissertativas e 1 era para responder a partir de desenhos, e todas elas foram compostas a partir das principais considerações que foram relacionadas ao tema a que se busca entender através dos autores aqui já referenciados (essas questões tratam da ilheidade como característica cultural e social; do turismo e da sazonalidade e como isso afeta o cotidiano das crianças e os espaços infantis; e da relação com a insularidade e maritimidade a que se tem com o ambiente natural da ilha); e seguindo a proposta da busca pelo conhecimento denso desenvolveu-se uma entrevista semiestruturada com cerca de 8 perguntas, com os mesmos temas do questionário, a serem desenvolvidas ao longo de uma conversa com os alunos. Anterior às visitas de campo, realizou-se uma oficina sobre pesquisa com crianças, o que orientou sobre como manusear e aplicar os instrumentos de coleta de dados com crianças e como se portar diante delas para que não houvesse nenhum tipo de estranhamento ou rejeição das mesmas, respeitando-as enquanto cidadãs em formação

Resultados e discussão
Referências bibliográficas

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