Abstract
Este artigo busca analisar como a ditadura empresarial-militar brasileira provocou uma avalanche de obras que implicou no crescimento precarizado de trabalhadores empregados na indústria da construção civil. Nesse sentido, o “milagre econômico” operou através das obras públicas, de forma paulatina, entre os governos, edificando construções cada vez mais vultuosas, como é o caso do estádio de futebol Rei Pelé, popularizado Trapichão. Analisaremos as experiências dos operários nas construções aqui reunidas através da Justiça do Trabalho, uma instituição disputada por trabalhadores e patrões. Pensar em como se deu o “milagre” econômico para esses trabalhadores, significa olhar mais de perto para o barateamento de sua mão de obra, para o seu adoecimento e morte, para a superexploração e a precarização das suas condições de trabalho e de como o patronato e o Estado se beneficiavam das características de terceirização e de informalidade que predominaram naquele contexto.
Highlights
Um estudioso que se dedique em compreender os efeitos do golpe de 1964 para os trabalhadores dará conta da dura derrota que este acarretou para as classes subalternas
Uma massa de trabalhadores cuja linha de frente se formava predominantemente por homens, pretos, advindos do campo e com baixo grau de educação formal levantava os monumentos que agradariam a elite empresarial apoiadora do golpe de 1964 e que por ele fora beneficiada
A obrA do estádio estAduAl de AlAgoAs teve início em março de 1968 e foi entregue por volta de outubro de 1970, um tempo recorde para a proporção do empreendimento e também um período em que o regime já havia tomado forma e lançado as bases da sua orientação macroeconômica
Summary
Resumo: Este artigo busca analisar como a ditadura empresarial-militar brasileira provocou uma avalanche de obras que implicou no crescimento precarizado de trabalhadores empregados na indústria da construção civil. Analisaremos as experiências dos operários nas construções aqui reunidas através da Justiça do Trabalho, uma instituição disputada por trabalhadores e patrões. Pensar em como se deu o “milagre” econômico para esses trabalhadores, significa olhar mais de perto para o barateamento de sua mão de obra, para o seu adoecimento e morte, para a superexploração e a precarização das suas condições de trabalho e de como o patronato e o Estado se beneficiavam das características de terceirização e de informalidade que predominaram naquele contexto. Palavras-chave: Estado; trabalhadores da construção; Justiça do Trabalho
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