Abstract

Este artigo apresenta um relato empírico de variação sincrônica no uso do substantivo tipo no português vernáculo do Brasil. A inovação em seu uso, documentada pela primeira vez por Bittencourt (1999), sugere que tipo pode estar executando funções além das de um substantivo. Para investigar a inovação em seu uso, este estudo se concentra na fala de adolescentes nascidos e criados no Rio de Janeiro. Embora este grupo tenha demonstrado estar na vanguarda da inovação linguística (D’Arcy 2005; Tagliamonte 2016; Tagliamonte & D’Arcy 2009), pesquisas sobre a fala de adolescentes ainda são escassas no Brasil. Este artigo tem como objetivo preencher essa lacuna apresentando os resultados de duas análises de dados empíricos coletados entre 2015 e 2018 (C. P. Thompson & Onosson 2016). Os resultados indicam que tipo não é apenas proeminente no discurso dos participantes, mas também que formas não nominais de tipo são mais frequentemente usadas pelos falantes (97,98%) quando comparadas a sua forma nominal (2,02%). As descobertas sugerem que o uso não nominal de tipo é sistemático e linguisticamente definido: tipo é mais freqüentemente encontrado antes de orações ou precedendo um sintagma nominal. Os resultados também mostram que tipo está executando funções além das de substantivo, tais como preposição e advérbio.

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