Abstract

Em “Inventário de imóveis e jacentes”, inserido na coletânea de contos Nós matámos o Cão-Tinhoso (1964), único livro de Luís Bernardo Honwana, um narrador infantil insone decide inventariar os bens familiares. Mas esse inventário desmascara-se para o leitor atento como um exercício de invenção da realidade e de si mesmo pela criança que mistura realidade e ficção, ou melhor, que movimenta as categorias de real, fictício e imaginário, como propõe Wolfgang Iser. O jogo serve ainda para uma reflexão sobre o testemunho literário quando este conceito designa algo que se produz no próprio tecido da escrita, na forma artística assumida pelas palavras.

Full Text
Published version (Free)

Talk to us

Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have

Schedule a call