Abstract

O objetivo deste trabalho foi avaliar a freqüência, a intensidade e o padrão de invasão da acácia-negra em ambientes campestres e propor medidas de monitoramento e controle. Foram avaliados sete ambientes localizados em áreas a menos de 30 m de povoamentos jovens (1 ano) e adultos (5 anos). A invasão da acácia-negra esteve relacionada ao grau de perturbação do solo. A Área de Preservação Permanente (APP) em recuperação, o ambiente mais perturbado, apresentou também o maior número de invasoras, sendo encontradas 152 plantas/0,1 ha. Em ambientes pouco perturbados, como o banhado, campo nativo e APP sem uso recente, verificou-se menos de 11 plantas/0,1 ha. Foi verificado um maior número de invasoras nas áreas mais próximas de povoamentos jovens (50 plantas/0,1 ha) que de plantios adultos (10 plantas/0,1 ha), indicando que perturbações que resultaram em invasão foram as causadas principalmente por máquinas durante a colheita e estabelecimento da nova rotação. A ocorrência de novas invasões durante o ciclo de crescimento do cultivo foi insignificante (<1 plantas/0,1 ha). A mortalidade no período de um ano foi de 80,4, 14,0, 6,8 e 5,5 %, respectivamente, para plantas <0,5, 0,5 a 1,9, 2,0 a 4,0 e >4,0 m de altura, reduzindo significativamente a população de invasoras nos anos seguintes à invasão. A invasão da acácia-negra está condicionada a perturbações no solo, por isso deve ser considerada uma invasora causal de ambientes campestres.

Highlights

  • Espécies invasoras são aquelas que, não sendo originárias de um determinado ambiente ou ecossistema, nele se estabelecem após serem introduzidas pela ação humana ou por fatores naturais, FLORESTA, Curitiba, PR, v. 37, n. 2, mai./ago. 2007

  • A magnitude do problema de invasão tem aumentado significativamente durante as últimas décadas, pelo incremento do desmatamento e mudanças no uso do solo

  • Essas características biológicas capacitam a acácia-negra como potencial invasora dos ambientes em que for introduzida (HEAR, 2005)

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Summary

MATERIAL E MÉTODOS

Área de estudo Este trabalho foi realizado nos municípios de Piratini e Cristal, pertencentes a regiões ecoclimáticas distintas do Rio Grande do Sul: Encosta do Sudeste (Cristal) e Serra do Sudeste (Piratini) (FORTES, 1956). As áreas avaliadas na região da Encosta do Sudeste apresentam altitudes entre 50 e 100 m acima do nível do mar, relevo com inclinações suaves e moderadas, precipitações entre 1.200 e 1.400 mm (RIO GRANDE DO SUL, 1994) e cobertura vegetal pela transição entre floresta estacional semidecidual, estepe gramíneo-lenhosa e formações pioneiras (IBGE, 2004b). As áreas da região da Serra do Sudeste apresentam altitudes entre 250 e 350 m acima do nível do mar, relevo bastante diversificado, com inclinações de moderadas a fortes, precipitações entre 1.400 e 1.600 mm (RIO GRANDE DO SUL, 1994) e cobertura vegetal pela estepe arborizada, com matas de galeria formadas por remanescentes da floresta estacional semidecidual (IBGE, 2004b). As características e uso de cada área avaliada estão apresentadas na tabela 1. Características e uso das áreas avaliadas nas regiões de Cristal e Piratini

APP em recuperação
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Banhado recuperação estrada uso recente
Classes de altura
APP sem uso recente
Distância euclideana
APPrecp Afloramt BEstrada BFloresta APPsuso CNativo Banhado
Perturbações no solo
Plantas espalhadas nos
Plantas isoladas sobre
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