Abstract
O automobilismo é um esporte centenário, e a certeza consolidada, para além do grande número de fãs, é de que se trata de uma modalidade onde o perigo ao corpo humano abarca a morte. O mesmo temor instigado no risco dos acidentes é representado enquanto manancial de velocidade pelos pilotos. Neste artigo, analisamos declarações e fatos históricos que revelam a relação dos corredores com o medo mediante a Psicodinâmica do Trabalho. No passado, quando a segurança dos carros e pistas, bem como a assistência médica, eram negligenciadas, cabia aos competidores estarem vigilantes a respeito da agressividade como forma de balancearem a exposição dos outros a riscos (in)aceitáveis nos estilos de pilotagem. Em algumas ocasiões, tal economia simbólica se deturpava na lógica dos bodes expiatórios e retaliações. De todo modo, a virilidade caracterizava-se como recurso motivacional e defensivo para que os pilotos negassem ou racionalizassem o peso existencial das lesões e mortes nesse esporte. Conforme a prova do real se manifestava em tragédias, o desequilíbrio psíquico instigava-os a se mobilizarem em prol de transformações das condições laborais. Contraditoriamente, esses mesmos avanços na proteção podem estar retroagindo em menos prudência e cooperação entre as novas gerações de pilotos.
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