Abstract
A complexa natureza da epistemologia tomasiana se deve em parte ao fato dela ser o ponto de convergência de teses de múltiplos segmentos. Tradicionalmente sua teoria é vista como sendo realista, ou seja, o mundo e o intelecto mantém entre si uma relação direta. Assim, aqueles que defendem tal relação são comumente designados como realistas. Duas teses subjazem a sua teoria; 1) a experiência sensível do sujeito cognoscente diz respeito à objetos singulares que lhe são externos; 2) o intelecto conhece as coisas de modo imaterial e universal, ou seja, transcendendo àquelas instâncias singulares, o ato cognitivo visa a qüididade dos objetos. Neste contexto é legítimo perguntar como os objetos da percepção, experienciados enquanto particulares e concretos sejam dados ao intelecto de modo imaterial e universal? O que faz o conteúdo mental corresponder à coisa que ele pretende conhecer? As respostas oferecidas dividiram os intérpretes em duas correntes, os realistas diretos e os representacionalistas. Enquanto os realistas defendem uma relação diádica na qual o pensamento alcança o seu objeto diretamente, os representacionalistas, defendendo haver uma relação triádica, acreditam que o intelecto conhece a coisa por meio de um terceiro item mental (imagem, semelhança, representação). Assim, nosso objetivo consistirá em analisar brevemente os argumentos utilizados pelos seus respectivos defensores, e defender a possibilidade de uma interpretação representacionalista.
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