Abstract
In this paper I discuss the characterization of Brazilian Portuguese (BP) in terms of the possibility of null subjects. Some recent analyses (TARALLO:1993b, DUARTE:1993/1995 and MENON:1994) have argued, on the basis of quantitative results, that BP has lost its prodrop character. But other variationist analyses (PAREDES DA SILVA:1988; NEGRAO:1990; NICOLAU:1994; etc.) prove that BP can be characterized as presenting the possibility of null subjects. I show then that the proposal of linguistic change mentioned above cannot be maintained when faced with the Principles & Parameters model (cf. CHOMSKY:1981-1995). In other words, I show that the quantitative results of the variationist analyses cannot be considered as evidence of a parametric change or, more specifically, of the emergence of a new grammar.
Highlights
In this paper I discuss the characterization of Brazilian Portuguese (BP) in terms of the possibility of null subjects
Inclui-se o de TARALLO (1993b) que, com base em resultados de alguns estudos sociolingüísticos quantitativos, conclui que o português brasileiro (PB) atual difere do português europeu (PE) em vários aspectos, um deles relacionado às duas propriedades acima mencionadas, que o PE exibe (e, portanto, é uma língua “pro-drop”), enquanto o PB já teria perdido
O que se verifica na análise de TARALLO é, simplesmente, uma relação estabelecida entre a freqüência de duas propriedades sintáticas no PB, de um lado, e a caracterização das línguas em função do parâmetro “pro-drop”, de outro
Summary
A representação do sujeito constitui o objeto de inúmeros estudos realizados recentemente sobre o português brasileiro (PB) e preocupados com duas propriedades – a possibilidade de sujeito nulo (em orações com tempo) e a possibilidade de “inversão do sujeito”, ou “ordem Verbo-Sujeito” (doravante, ordem VS) – que, desde a década de oitenta, vêm sendo tratadas na literatura gerativista como integrantes do conjunto de características que estabelece a distinção entre línguas “pro-drop” e línguas “não-pro-drop”. As análises anteriormente mencionadas serão, então, examinadas no presente artigo, com o objetivo de mostrar que a contradição entre os altos índices de sujeito nulo registrados no PB por PAREDES DA SILVA, OLIVEIRA e NICOLAU e a posição defendida por TARALLO, DUARTE e MENON é apenas aparente; ou seja, decorre da interpretação que esses últimos autores atribuem às freqüências de uso do sujeito nulo nas quais baseiam as suas conclusões, que não se sustentam diante dos seguintes fatos: a) à luz de pressupostos fornecidos pelo modelo de Princípios e Parâmetros, os resultados quantitativos examinados por TARALLO, assim como os obtidos por DUARTE e MENON, não atestam a ocorrência de mudança paramétrica no PB; b) os altos índices de uso do sujeito nulo no PB registrados por PAREDES DA SILVA, OLIVEIRA e NICOLAU descartam a possibilidade de se formular, em termos labovianos, a hipótese de que, nessa modalidade do português, o sujeito nulo (considerada, então, uma variante mais antiga) estaria cedendo o seu lugar para o sujeito lexical (uma variante inovadora). Finalmente, a seção 4 buscará responder à questão acima e explicitar a direção para a qual aponta a aparente contradição revelada pelos estudos examinados
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