Abstract

Este artigo analisa como os sentidos do verbo ficar são utilizados em um teste de elicitação em português como primeira e segunda língua (L1/L2). O objetivo deste estudo é analisar a rede polissêmica desse verbo para dois grupos de participantes. Os significados mais prototípicos de uma palavra ou de uma construção têm sido operacionalizados em muitos estudos como os mais propostos em experiências de elicitação (Gries, 2015, p.473). Os participantes de português L1 foram instruídos a elicitar três frases com o verbo ficar em um tempo reduzido e com o pedido explícito de não refletirem demasiadamente. Em um outro momento, solicitamos aos aprendizes de português (L2) a fazerem esse mesmo exercício, e também a traduzirem suas frases para o francês. A tradução permitiu uma compreensão clara do significado que eles desejavam transmitir ao verbo ficar em L2, além de possibilitar uma análise dos verbos utilizados na tradução. Os resultados revelaram uma organização diferente da rede polissêmica do verbo ficar em L1 e L2, com uma presença mais marcada de significados concretos no grupo de L2 e uma presença mais proeminente de significados abstratos no grupo de L1. A análise também relevou uma pequena variação entre os resultados dos participantes com um nível inicial de português L2 e níveis mais avançados. Esse fato evidencia as dificuldades na aquisição de verbos frequentes e polissêmicos em L2 e corrobora as tendências observadas na literatura.

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