Abstract
Num tempo em que se assiste a uma hipervalorização da ciência, da técnica e da tecnocracia, em que se busca no universo tecnológico a resposta e o fundamento para as grandes questões, torna-se evidente a necessidade de devolver a palavra ao filósofo, de o inquirir sobre as problemáticas que atingem a contemporaneidade. Discutir a responsabilidade do filósofo no mundo atual constitui um desafio importante. O pensador francês Gabriel Marcel concedeu uma centralidade muito grande a esta problemática, em várias da suas conferências e obras, trazendo a filosofia do idealismo para a filosofia da existência, centrada em seres concretos. As questões da guerra, dos totalitarismos, do progresso tecnológico, da ameaça do nuclear, dos direitos humanos, da persecução ideológica, religiosa, racial, de género, de orientação sexual foram pensadas à luz dessa mesma responsabilidade. O ativismo nos séculos XX e XXI desempenhou um papel relevante na sensibilização dos cidadãos para essas causas. Marcel questionou a posição e os limites da intervenção do filósofo nestes movimentos. Na linha de Montessori depositava na educação a esperança de um mundo pacífico, onde a responsabilidade do filósofo e educador se materializaria em ações concretas que conduzissem na concretização desta missão. Educar para a paz, educar para a tolerância, educar para a cidadania são os desafios de uma educação na era dos ativismos.
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