Abstract

Os profissionais da saúde se encontram na ponta de atenção dos cuidados às mulheres em situação de violência, podendo auxiliar no planejamento e implementação de políticas públicas mais eficazes. O objetivo do artigo é analisar as representações de profissionais de saúde acerca da violência contra mulheres, buscando identificar se preconceitos e estereótipos de gênero comprometem as ações de cuidado. O estudo é exploratório e qualitativo. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas envolvendo 15 profissionais da saúde que atuam em unidades de atendimento de urgência e emergência em um município de porte médio, no Sul do Brasil. As narrativas foram interpretadas à luz das teorias feministas e de gênero, utilizando-se a análise de conteúdo. Observou-se despreparo dos profissionais para lidar com o tema da violência de gênero, pouco conhecimento das legislações que protegem as mulheres e falhas na rede de comunicação entre os setores da saúde, assistência social e segurança pública, esvaziando a multidisciplinaridade exigida neste tipo de atendimento. Promover práticas no campo da prevenção e promoção da saúde, distanciando-se do modelo biomédico, centrado no ideário curativista e hospitalocêntrico, exige das políticas públicas e dos profissionais da saúde, ações que modifiquem as condições de vida de mulheres em situação de violência, aproximando-as das perspectivas de direitos humanos e justiça social.

Full Text
Published version (Free)

Talk to us

Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have

Schedule a call