Abstract
É o espaço das universidades brasileiras, mais especificamente, dos núcleos e grupos de estudo sobre mulheres, relações de gênero e feminismos, onde o tema das relações de poder autoritárias em espaços teoricamente comprometidos com a democratização das relações sociais, compostos principalmente por mulheres feministas acadêmicas é o contexto desta pesquisa. Os objetivos desse trabalho são contribuir para o conhecimento das relações de poder no interior de instâncias feministas em universidades brasileiras e para o aprofundamento da democracia em espaços feministas acadêmicos. Busca-se também trazer à tona as experiências de pessoas que vivenciaram situações não democráticas em espaços feministas de universidades, bem como evidenciar a existência de práticas autoritárias nesses espaços. Objetiva-se ainda mostrar uma concepção de democracia feminista para servir de parâmetro para comparação com as práticas opressoras impostas em instâncias acadêmicas feministas e apontar caminhos para o exercício de poder de forma mais igualitária nessas instâncias.
Highlights
Es el espacio de las universidades brasileñas, más específicamente los núcleos y grupos de estudio sobre mujeres, relaciones de género y feminismos, donde se pauta el tema de las relaciones de poder autoritarias en espacios teóricamente comprometidos con la democratización de las relaciones sociales, compuestos principalmente por mujeres feministas académicas
The objectives of this paper are to contribute to the knowledge of power relations in feminist spaces in Brazilian universities and to deepen democracy in academic feminist spaces
This article brings the experience of teachers and researchers who went through non democratic situations in feminist spaces of universities, as well authoritarian practices in these spaces
Summary
Adorno (1950), associado à Escola de Frankfurt de teoria social e política, pesquisou empiricamente, nos Estados Unidos, a personalidade autoritária[3] e a sua faceta de discriminação social, que se configuram em tendências políticas e sociais em processos históricos que ameaçam a democracia. Escolhemos o espaço das universidades brasileiras, mais especificamente os núcleos e grupos de estudos sobre mulheres, relações de gênero e feminismos, para pautar o tema das relações de poder autoritárias em espaços teoricamente comprometidos com a democratização das relações sociais, compostos principalmente por mulheres feministas acadêmicas. E ainda de modo a dirimir algumas possíveis dúvidas, reafirmamos que este trabalho não pretende impor uma “verdade”, tampouco pretendemos lançar generalizações, mas evidenciamos falas que revelam relações autoritárias e sofrimentos de assédio em espaços feministas universitários, ou seja, um ponto-de-vista, como já mencionado, geralmente não divulgado ou refletido de maneira coletiva. Outro ponto que deve ser colocado aqui para a pessoa leitora: debruçamo-nos aqui sobre os relatos de 8 pessoas que exerceram ou exercem atividades em núcleos e grupos feministas universitários e sofreram experiências autoritárias e assédio moral decorrente do autoritarismo presente nesses espaços. Procuramos, ainda, mostrar uma concepção de democracia feminista para servir de parâmetro para comparação com as práticas opressoras impostas em instâncias acadêmicas feministas e apontar caminhos para o exercício de poder de forma mais igualitária
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