Abstract
Este estudo é uma releitura da obra de Reis Ventura (1910-1988), alicerçada na historiografia do império, que reinterpreta os romances do autor a partir do ‘homem português’, da dimensão político-económica do império, da ‘cultura portuguesa’ e da sua expressão colonial. É na (inter)relação entre estes níveis e na sua integração que se expressa na literatura de Reis Ventura o projeto metafísico e utópico do império Português. Publicados nas páginas de A Província de Angola, os romances de Reis Ventura traduziram e disseminaram a ideologia e os mitos do império português em África, contribuindo para uma representação histórica imaginada do império, para a constituição da utopia colonial e da subjetividade coletiva dos portugueses.
Highlights
200 | isadora de ataíde fonseca and economic dimension of the Empire, the ‘Portuguese culture’ and its colonial expression. It is by therelationship of these levels and in its integration that Reis Ventura expressed the metaphysical and utopian project of Portuguese Empire
Na década de 1950, os romances do escritor propagavam sobretudo os mitos da ordem salazarista no contexto das dinâmicas
Coimbra: Almedina e Centro de Literaturas de Expressão Portuguesa da Universidade de Lisboa
Summary
Centro de Estudos Comparatistas, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa https://orcid.org/0000-0001-9019-9794. RESUMO Este estudo é uma releitura da obra de Reis Ventura (1910-1988), alicerçada na historiografia do império, que reinterpreta os romances do autor a partir do ‘homem português’, da dimensão político-económica do império, da ‘cultura portuguesa’ e da sua expressão colonial. É na (inter)relação entre estes níveis e na sua integração que se expressa na literatura de Reis Ventura o projeto metafísico e utópico do império Português. Publicados nas páginas de A Província de Angola, os romances de Reis Ventura traduziram e disseminaram a ideologia e os mitos do império português em África, contribuindo para uma representação histórica imaginada do império, para a constituição da utopia colonial e da subjetividade coletiva dos portugueses. Palavras-chave: Reis Ventura; romance colonial; imaginação histórica; ideologia; subjetividade coletiva
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