Abstract
Paciente do sexo feminino, 82 anos, branca, com história de fibrilação atrial paroxística (FA) há vários anos, com crises de palpitação com duração variável entre poucos minutos e várias horas, sem controle clínico, com uso de betabloqueadores e diltiazem. Apresentava queixas de cansaço aos esforços moderados, sem dor precordial ou síncope, com progressiva astenia e indisposição. Informou três internações prévias para cardioversão química de FA. Apresentava antecedente de hipertensão arterial sistêmica, hipotireoidismo e doença aterosclerótica do coração, tendo sido submetida a angioplastia coronariana em 2014 com colocação de stent não farmacológico, sem infarto prévio. Vinha em uso regular de irbesartana 300 mg, clopidogrel 75 mg e levotiroxina 75 mcg. Ao longo dos últimos oito meses, houve piora das crises de FA, passando a fazer uso de propafenona em doses crescentes, inicialmente 150 mg BID, sem melhora dos sintomas, passando para 300 mg BID e atualmente 750 mg/dia (300 – 150 – 300 mg, distribuídos de 8/8 horas), sem controle das palpitações e com sensação de mal-estar e fraqueza.
Highlights
Apresentava antecedente de hipertensão arterial sistêmica, hipotireoidismo e doença aterosclerótica do coração, tendo sido submetida a angioplastia coronariana em 2014 com colocação de stent não farmacológico, sem infarto prévio
Há relatos de que após uma parada cardiorrespiratória abortada, tanto a presença de síndrome de Brugada (SBr) espontânea quanto de droga-induzida pode ter significados clínicos semelhantes[7]
Uma importância prática da compreensão da chamada “SBr droga-induzida” é que muitos pacientes portadores de canalopatias como a SBr, síndrome do QT curto, síndrome do Ponto J, entre outras, podem cursar com fibrilação atrial e ser tratados com propafenona, passando a manifestar risco aumentado de arritmias ventriculares potencialmente graves[6,8]
Summary
Apresentava antecedente de hipertensão arterial sistêmica, hipotireoidismo e doença aterosclerótica do coração, tendo sido submetida a angioplastia coronariana em 2014 com colocação de stent não farmacológico, sem infarto prévio. Essa decisão baseou-se tanto na ineficiência do fármaco no controle das crises de FA quanto na interpretação de que a propafenona poderia ter algum papel no padrão eletrocardiográfico da SBr (ver discussão abaixo).Ainda,a prevenção de acidentes tromboembólicos foi otimizada,com a troca do clopidogrel por anticoagulante oral.
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