Abstract

O presente trabalho propõe uma reflexão sobre o discurso de autoridade instaurado em alguns peritextos de uma obra paradidática, buscando demonstrar como se organizam certas estratégias na construção do que podemos chamar de uma prática didática. Para Genette (2009) os peritextos são aqueles que estão inseridos no mesmo suporte do livro e acompanham a obra, fazendo parte integrante de seu sentido. São nos textos de advertência e de abertura da obra que, acreditamos, instaura-se, segundo bases estereotipadas da visão de ensino, uma relação polêmica e não contratual: quem ensina detém o saber; quem aprende não possui nenhum saber. Estabelecemos para a análise um livro paradidático voltado ao ensino de literatura, intitulado O poeta que fingia, parte da coleção “Meu amigo escritor”, organizada por Álvaro Cardoso Gomes, na Editora FDT. Para dar conta dessa reflexão, apoiamo-nos nos pressupostos teóricos da semiótica discursiva, nas reflexões de Jacques Fontanille (2008) sobre as práticas e os níveis de pertinência da análise semiótica, articuladas aqui à concepção de peritexto de Gérard Genette (2009), e, finalmente, na proposta de Jean Cristtus Portela (2008) para o estudo das práticas didáticas.

Full Text
Published version (Free)

Talk to us

Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have

Schedule a call