Abstract

A partir de pesquisa etnográfica entre acadêmicos indígenas em Roraima, o artigo destaca dois episódios paradigmáticos envolvendo racismo e autoidentificação étnica que aconteceram em campo, para refletir sobre as transformações que vêm ocorrendo tanto nas universidades quanto no movimento indígena. O conflito – ou encontro – de diferentes epistemes no ambiente acadêmico torna este um locus de disputas em torno da etnicidade, das práticas culturais e dos direitos indígenas. A (re)afirmação da identidade e da presença indígena na universidade acaba sendo uma forma de realizar a sua própria produção e organização da diferença, ressaltando demarcadores étnicos, epistêmicos, territoriais e culturais. Por fim, trago um trecho da Aula Magna de Davi Kopenawa Yanomami na UFRR para refletir sobre a lógica das transformações (ou bipartições/bifurcações) indígenas, que continuam a ocorrer no meio universitário com o risco de este revelar-se um labirinto: um caminho tortuoso, perigoso e confuso como costuma ser a mente dos brancos.

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