Abstract

Este texto apresenta reflexões sobre o que, para que e como ensinar gramática, (i) abordando diferentes concepções de linguagem, língua e gramática;(ii) discutindo a necessidade ou não de o professor de Língua Portuguesa guiar-se por determinada concepção; e (iii) discorrendo sobre qual a finalidade do ensino de gramática e qual a maneira mais adequada de tratá-la no âmbito escolar. Seu desenvolvimento é norteado pelas seguintes questões: 1) É necessário que o professor da Educação Básica tenha conhecimento de diferentes concepções de linguagem, de língua e de gramática? 2) É necessário que o professor assuma uma dada concepção de gramática, de linguagem e de língua e paute suas aulas exclusivamente por essa concepção? As reflexões são desenvolvidas no sentido de responder afirmativamente a primeira questão, e negativamente a segunda. Ao final, sugerimos uma abordagem ampla de gramática do uso, que agregue aspectos conceituais de diferentes teorias linguísticas, contemplando a língua como sistema heterogêneo sócio-historicamente constituído, a tensão entre estabilidade e instabilidade nas relações entre formas e funções, e o ensino de gramática contextualizada, mediante atividades linguísticas, epilinguísticas e metalinguísticas. Consideramos que tal abordagem atenta para o desenvolvimento da competência comunicativa do aluno, tendo em vista a formação do sujeito-cidadão. Para dar conta da tarefa proposta, buscamos respaldo na voz de linguistas e de gramáticos com formação linguística e/ou filológica que têm se voltado, direta ou indiretamente, a esse assunto; levamos em consideração, também, alguns documentos oficiais e discussões com professores do Ensino Fundamental no âmbito do PROFLETRAS.

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