Abstract

Tratados de forma periférica pela bibliografia que se dedicou à análise do transporte terrestre em Lisboa, o presente artigo se dedica justamente aos trabalhadores do setor. O artigo abarca desde a década de 1870, que é marcada por profundas mudanças na circulação de veículos com a introdução da Companhia Carris de Ferro de Lisboa, até o ano de 1910, em que ocorreu a instauração do regime republicano em Portugal e foi um momento de alta na mobilização dos trabalhadores do setor. Primeiramente, analisa-se como neste recorte, em que o próprio espaço urbano passava por profundas transformações, ocorreu o acirramento do controle municipal e policial sobre os cocheiros e carroceiros. Posteriormente, verifica-se especificamente as empresas de transporte coletivo e as tentativas de controle dentro das mesmas, por meio dos regulamentos. Em todo o texto, as greves aparecem como momentos privilegiados para a análise da experiência dos trabalhadores na cidade, desvelando condições de trabalho, conflitos de classe e as formas de organização e mobilização. Assim, as paralisações propiciam a investigação das possíveis leituras que os trabalhadores tinham sobre as medidas de controle sobre seu trabalho e corpos, e as maneiras encontradas para lutar.

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