Abstract

Este artigo procura, a partir de uma análise multidisciplinar, problematizar os sentidos da descolonização a partir do estudo da produção de conhecimento em Moçambique, à luz das epistemologias do Sul, conceito avançado por Boaventura de Sousa Santos. O texto problematiza a dimensão epistémica do colonialismo moderno, mostrando como a imagem predominante do continente africano, parte do Sul global, é ainda reflexo de representações forjadas no centro de um saber de matriz eurocêntrica, que reforçam a permanência das perspetivas do Norte sobre o Sul. Como o artigo discute, descolonizar o conhecimento passa por uma revisão crítica de conceitos centrais, como o são o espaço e o tempo, hegemonicamente definidos pela racionalidade moderna – estrutura de saber que legitima a expansão do projeto civilizacional moderno ocidental no mundo. No campo ontológico, a descolonização passa pela renegociação das definições do ser e dos seus sentidos, aliando a democratização à descolonização. Este desafio epistémico contesta o privilégio epistémico do Norte global, abrindo o mundo a outros saberes, narrativas e lutas, contadas a múltiplas vozes.

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