Abstract

O objetivo deste trabalho é desvelar o ritmo do baião, identificando sua caracterização instrumental e rítmica a partir de fonogramas selecionados da obra de Luiz Gonzaga, considerado o criador desse gênero fonográfico da música popular brasileira. Para o estudo, compõem o método: a escuta repetida de gravações dos baiões de Gonzaga, o uso de conversores e editores de áudio para aprimorar a qualidade da escuta, além da edição de partituras das transcrições para fundamentar análises e apontamentos, concernentes ao tecido rítmico. O ritmo do baião é geralmente reduzido a (e representado por) uma célula considerada por vários autores como “padrão”. Um rigoroso exame da fonografia revela que as gravações dos baiões de Luiz Gonzaga, quanto ao aspecto rítmico do acompanhamento, apresentam variedade de padrões nas execuções dos instrumentos que integram os grupos musicais. Os resultados da pesquisa demonstram não haver somente um “padrão básico”, “pulsação básica" ou “levada padrão”, como referido na literatura musical. O baião fonográfico de Luiz Gonzaga configura uma pluralidade de padrões executados em conjunto, gerando resultantes rítmicas diversas, que por esse viés perfilam o gênero de um modo muito mais amplo. Visto assim, o baião constitui-se desde o início em ambiente propício para o surgimento de hibridismos e fusões.

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