Abstract
Integrando a categoria do livro-álbum, os livros-alfabeto ou abecedários (“alphabet books” ou “ABC books”) representam uma das categorias mais antigas de livro infantil. Apresentam as letras do alfabeto, fazendo-as corresponder a palavras e/ou imagens. Em certos casos, são compostos por letras maiúsculas e as correspondentes minúsculas, palavras-chave iniciadas com letras específicas ou ilustrações de palavras-chave. Podem, ainda, possuir frases ou parágrafos de índole literária ou serem de teor não literário. Actualmente, estes livros evidenciam uma pluralidade de forma(tos) gráficos e verbo-icónicos. Autores reconhecidos, como Munari (1907- 1998), em ABC (1960), e Sendak (1928-2012), em Alligators All Around (1962), dedicaram-se aos livros-alfabeto. Na literatura portuguesa para a infância, além de títulos assinados por nomes consagrados, como Ducla Soares (1939) ou Letria (Cascais, 1951), com ABC (1998) e Alfabeto dos Bichos (2005), respectivamente, destacam-se volumes recentes que testemunham novas fórmulas expressivas. Veja-se, a este propósito, ABZZZZ..., de Isabel Minhós Martins (texto) e Yara Kono (ilustrações) (2014), e Hoje Sinto-me..., de Madalena Moniz (2014). Pretendemos reflectir acerca das potencialidades deste livro, objecto tradicionalmente conotado com a didáctica, enquanto meio facilitador de aprendizagem das letras, mas que, presententemente, permite igualmente uma leitura que envolve outros conceitos no domínio da construção ideotemática e literária ou artística.
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